Sala de Espetáculos

Um programa variado e festivo, que homenageia São Paulo, dá início à temporada de concertos da Orquestra Sinfônica Municipal. Compositores canônicos do repertório se juntam a autores da música popular identificados com a cidade. Em comum, as peças guardam a enorme aceitação junto ao público. Um trecho do Bolero, mais conhecida obra de Ravel, abre o concerto. A peça, que aos poucos vai adicionando instrumentos a uma melodia sedutora que se repete continuamente, é um grande sucesso desde sua estreia, em 1928. De Chiquinha Gonzaga, mulher pioneira e desbravadora na música, nos costumes e na política, ouviremos a popularíssima marchinha Ó abre alas, escrita em 1899 e que se tornou um clássico do carnaval e da música brasileira. Heitor Villa-Lobos, que certamente em sua juventude ouviu muitos dos sucessos de Chiquinha ao circular pelos meios musicais do Rio de Janeiro, viria a construir uma das mais originais e bem sucedidas carreiras musicais que o Brasil já teve notícia. Na década de 1930, ele uniu Bach ao Brasil em suas Bachianas brasileiras – das quais ouviremos os dois trechos mais célebres. Outro brasileiro que conquistou o mundo com sua obra – no caso, suas óperas – foi o campineiro Carlos Gomes. Lo Schiavo estreou em 1889 e seu trecho mais conhecido – e um dos mais conhecidos de toda a obra do compositor – é o interlúdio orquestral Alvorada, que anuncia com delicadeza e beleza o nascer de um novo dia. Alvorada é utilizada pelo Exército Brasileiro, quando da incorporação da bandeira à tropa.

A dança do sabre é um trecho do ato final do balé Gayane (1942) de Aram Khachaturian, no qual os dançarinos exibem sua habilidade com sabres. É a obra mais conhecida e executada de Khachaturian em todo o mundo. Outro dos maiores clássicos da história musical brasileira, o choro Tico-tico no fubá, de Zequinha de Abreu, também marca presença no programa, que ainda traz canções de dois dos maiores representantes da música paulistana: Rita Lee e Adoniran Barbosa. Verdadeira batalha musical, a Abertura 1812, de Tchaikovsky, comemora de forma solene o fracasso da invasão francesa à Rússia em 1812 e a derrocada de Napoleão. A parte final do poema sinfônico Os pinheiros de Roma, de Ottorino Respighi, relembra as glórias passadas do Império Romano em uma representação do amanhecer na grande estrada militar que leva a Roma, encerrando o concerto de forma triunfante.

ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL

Roberto Minczuk, regência